12/08/10

Não sou capaz de dar título a este post

Sakineh Mohammadi Ashtiani apareceu na televisão iraniana a "confessar" o seu crime.

Teme-se que o aparecimento público de Sakineh prenuncie a sua execução eminente.
Por isso, embora assinar uma petição contra a barbárie seja o mesmo que oferecer pérolas a porcos, se ainda não a assinou (o link está aí ao lado) faça-o. Se já assinou, use agora o seu apelido do meio [quando uma pessoa está prestes a ser morta à pedrada, eu, pela parte que me toca, estou-me a borrifar para a minha honestidade (e, no limite, para a inocência dela)].
"Alguns meios de comunicação relataram o drama de Sakineh Ashtiani, uma iraniana que, acusada de adultério, incorre na pena de lapidação.O jornal El País explicava em que consiste a pena, descrita em vários artigos do Código Penal Iraniano. Dispenso-me de transcrever essa barbaridade medieval embora pense que os iluminados relativistas de esquerda e de direita os deviam ter como leitura obrigatória e castigo da distracção estival. Seja como for: a lapidação é uma forma abjecta de tortura e morte e a penalização do adultério das mulheres uma marca do atraso das sociedades em que o islamismo é religião oficial. A vigilância da sexualidade das mulheres e o seu sequestro doméstico é uma das facetas da negação dos direitos das mulheres pelo Islão contemporâneo. A demissão dos políticos e dos intelectuais dos países islâmicos deste combate civilizacional e o medo ou o silêncio cúmplice dos ocidentais são dois aspectos da mesma questão, que assombra os nossos dias. Neste momento uma mulher cujo nome conhecemos e outras, anónimas, podem ser “enterrada(s) até acima dos seios” (art 102) e apedrejadas “com pedras que não podem tão grandes que matem ao primeiro golpe, nem tão pequenas que não possam ser chamadas de pedras” (art 104)."

4 comentários:

Ana Paula Fitas disse...

Cara Ana Leonardo,
Obrigado. Já assinei a petição e farei link para este post no próximo Leituras Cruzadas lá no A Nossa Candeia.
Abraço.

Ana Cristina Leonardo disse...

Ana Paula, ao menos que se assine. um abraço

Ana Paula Fitas disse...

Já lá está, Ana... com o devido apelo à assinatura :)
Abraço.

fallorca disse...

Assino pois, essas pedras não são as minhas!