20/07/08

Adopção e tal e coisa...

Queria chamar a atenção para uma coisa: qualquer besta pode ter filhos. A capacidade de reprodução da nossa espécie não está sujeita a nenhum crivo prévio de selecção e, sendo assim, criaturas que engomam crianças com ferros quentes, as espancam porque choram demasiado à noite, as sujeitam ao mínimo denominador comum dos beijinhos e festinhas substituindo-os por televisão ou computador no quarto, as entregam aos cuidados de terceiros porque andam demasiado ocupadas com a carreira ou com a festa da Bibi (e não falo de nenhuma Bibi em particular, até porque não conheço nenhuma…), ou as usam para se promoverem socialmente estão todas à-vontade para criarem famílias tradicionais.
Vem isto a propósito da discussão sobre a possibilidade de casais homossexuais poderem – ou não – adoptar. Discussão que segue a outra, sobre a possibilidade de os casais homossexuais poderem – ou não – casar.
Quanto a esta última, o único argumento que me ocorre é o seguinte: se os homossexuais querem dar o nó, o que é que o Estado tem que ver com isso? Será pouco elaborado, mas serve para recordar que, como já sabia o velhíssimo William de Ockham, a parcimónia é preferível às explicações rebuscadas.
Quanto à adopção por homossexuais, a realidade dos factos – a de que qualquer besta pode ter filhos – deveria levar os seus opositores a reflectir um pouco mais no assunto. Eu, pessoalmente, não tenho dúvidas. Se faltasse à minha filha mais nova (e aqui bato na madeira quatro vezes), há um casal amigo formado por dois homens que a trataria como uma princesa.
A mim, são coisas destas que me fazem pensar.

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