03/12/07

Correndo o Risco de Passar por Criacionista... e Mantendo-me em Deriva Cósmica — da Série «Livros que Nos Reconciliam com o Mundo»

Fred Hoyle ― astrofísico e (também) escritor de Ficção Científica ― foi um homem controverso. A sua hipótese de um Universo Estacionário sem começo nem fim viu-se batida pelo Teoria do Big Bang, cujo nome, curiosamente, se lhe deve; a sua visão da vida como tendo chegado à Terra caída do espaço não colhe grandes adeptos. O que quiserem. O facto é que O Universo Inteligente (Presença, 1983) continua a chamar ciclicamente por mim do alto da estante. Transcrevo o primeiro parágrafo do primeiro capítulo. Espero que vos abra o apetite.

«Há cerca de uma geração, ou pouco mais, foi prestado um péssimo serviço ao pensamento popular ao divulgar-se a ideia de que uma horda de macacos batendo em máquinas de escrever acabaria por escrever as peças de Shakespeare. Esta hipótese é falsa, de tal forma falsa que nos perguntamos como foi possível ser tão difundida. Penso que os cientistas desejavam acreditar que absolutamente tudo, mesmo a origem da vida, poderia ocorrer por acaso, desde que o acaso operasse a uma escala suficientemente grande. É este o erro óbvio, pois todo o Universo observado pelos astrónomos não seria suficientemente grande para conter a horda de macacos necessária para escrever sequer uma cena de uma peça de Shakespeare, ou para conter as suas máquinas de escrever, e muito menos para guardar todo o papel com a enorme quantidade de disparates que os macacos escreveriam até "acertarem". O aspecto fundamental é que o único modo viável para o Universo produzir as peças de Shakespeare foi através da existência da vida, produzindo o próprio Shakespeare.»

1 comentário:

Anónimo disse...

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Pois é... Tb acho que há p'r'aí muito editor a publicar o q'os macacos andam a escrever.
Sirod