11/06/07

Feira do livro: o ritual do autógrafo

Sou uma pessoa antiga. Fui à Feira do Livro de Lisboa, por onde gosto de passear há anos. Não encontrei quase nenhumas pechinchas, a não ser em alguns (poucos) stands de editoras que, ao livro do dia e ao desconto oficial, acrescentam uma zona de saldos. Encontrei, porém, muitos escritores, acomodados em cadeiras e mesas de plástico, protegidos à sombra de chapéus de sol, perfilados à espera de clientes, perdão, de leitores. Cumpriam o ritual do autógrafo. Lembraram-me os feirantes das barracas de tiro da antiga Feira Popular. E, como usei agora mesmo a palavra perfilados, lembrei-me do poema do O'Neill: «Aventureiros já sem aventura,/perfilados de medo combatemos/irónicos fantasmas à procura/do que não fomos, do que não seremos.» Era triste. Apesar das pechinchas que, ainda assim, trouxe para casa.

1 comentário:

Anónimo disse...

Disse bem clientes. Money. de preferência em cash, porque os multibancos nem sempre funcionaram